Polishop começa a vender produtos porta a porta

Varejista já possui 129 lojas, uma pontocom e realiza vendas pela TV, por telefone e catálogo; mil revendedores foram recrutados

A Polishop, varejista de eletroeletrônicos e equipamentos para casa, ginástica e bem-estar, vai iniciar nos próximos dias a venda de produtos pelo sistema porta a porta. Com essa nova frente de negócios, a empresa segue à risca a adoção do conceito de multicanal de vendas, passando a atuar em todos os formatos do varejo.

A Polishop já possui 129 lojas, todas em shopping centers, uma loja pontocom e realiza vendas pela TV, por catálogo e telefone.

Criada pelo empresário João Apolinário, o primeiro produto vendido pela Polishop, em 1999, foi a “7 day diet” (dieta de sete dias), divulgada na época pelo piloto Emerson Fittipaldi. A partir daí, a varejista vem diversificando sua atuação. Em 2003, foram abertas as primeiras lojas e a previsão da companhia é chegar a 300 pontos de vendas até 2020.

A ideia é fazer com que os próprios clientes da Polishop possam se transformar em revendedores – a empresa prefere chamá-los de “empreendedores”. Até agora, mil pessoas já foram recrutadas e a empresa fará, no sábado, um evento no hotel Unique, em São Paulo, para atrair interessados e conseguir ampliar a sua força de vendas.

A Avon e a Natura, as duas maiores empresas de vendas diretas do País, possuem um milhão de revendedoras cada uma.

Foto: Divulgação Ampliar

Gilberto Guitti, diretor de vendas diretas

Segundo Gilberto Guitti, diretor responsável pelo novo canal de vendas diretas da Polishop, além de descontos na compra de produtos, os revendedores receberão comissões sobre o valor dos itens comercializados, que podem variar de 5% a até 30%.

Os pedidos são feitos por meio de um site específico, chamado Polishop com.voce, em que os clientes identificam o nome da pessoa que recomendou aquele produto. As encomendas também podem ser feitas pelo call center e catálogo.

Com a venda porta a porta, a Polishop quer ampliar a sua base de clientes e chegar a locais onde ainda não atua, afirma Guitti.

Desafios

A empresa, porém, terá pela frente alguns desafios nesse novo sistema.

Os produtos comercializados pela varejista são mais caros que os itens normalmente vendidos por outras marcas de vendas diretas, como cosméticos, por exemplo. E muitos dos seus produtos não são de uso corrente. Não é sempre que alguém compra uma Plataforma Energy turbo, um aparelho de ginástica de R$ 3,6 mil, ou uma lavadora a jato Home Wash Plus, por R$ 1 mil.

Nós vendemos produtos de R$ 30, R$ 40 e até R$ 2 mil. Isso não será um problema. Também temos em nosso catálogo itens de uso diário, como suplementos”, responde Guitti.

Segundo ele, nenhuma empresa vende no Brasil os produtos que a Polishop comercializará pelo sistema porta a porta . “Seremos os pioneiros”, diz o executivo, acrescentando que a Polishop também é a única varejista no País que é, de fato, multicanal, por vender exatamente os mesmos produtos em todos os formatos – e pelo mesmo preço, ele garante.

“Alguns varejistas começaram pelo sistema de venda direta e depois passaram para as lojas físicas. Estamos fazendo o caminho inverso”, afirma Guitti.

O Brasil no contexto dos terremotos

Tremores de terra estão sendo registrados cada vez com mais frequência pelo mundo; será que estamos livres?
Os moradores de Alagoinha, um município, com cerca de 15 mil habitantes, localizado em PE, a 225 km de Recife, entre segunda e terça-feira (09), conviveram com pelo o menos 47 tremores, provocados por terremoto, que teve sua pontuação máxima, de 3,2º graus na escala Richter. O registro foi feito pelo laboratório de Sismologia da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Algumas edificações sofreram rachaduras e deverão ser analisadas pela Defesa Civil. Esse tipo de ocorrência no Brasil, entretanto, não é algo inusitado. Estima-se que anualmente aconteçam cerca de 100 abalos no país, de pequenas proporções.

As cidades de Alcântaras (CE), Caruaru (PE), Granja-Parazinho (CE), Icaraí de Minas (MG), Itacarambi (MG), Montes Claros (MG), Norte de GO (GO), Paraíbuna (SP), Presidente Figueiredo (AM), Santa Cruz do Xingu (MT), Sobral (CE), Taboporã (MT) e Taipu (RN), entre outras, aparentemente não têm nada em comum. O que as relaciona, no entanto, é o fato de terem também sofrido recentemente abalos sísmicos, neste ano, que foram registrados pelo Observatório de Sismologia da UnB – Universidade de Brasília. Essas são algumas das localidades, que integram uma lista, onde já foram constatados tremores de baixa ou média magnitude no país. Uma realidade que é desconhecida por grande parte dos brasileiros.

Segundo George Sand, chefe do Observatório Sismológico da UnB, o Brasil é o país onde há a menor incidência de terremotos ou sismos no mundo (liberações de energia, que não são suportadas pelas rochas), porque está no meio da placa tectônica sul-americana, ou seja, não fica em suas áreas periféricas, onde geralmente ocorrem os atritos. O oceano Atlântico, por sua vez, é uma zona de divergência, o que significa que as placas se afastam, ao contrário do Pacífico, que é de convergência.

“Os abalos ocorrem, porque há o movimento contínuo das placas tectônicas, que compõem a litosfera, que é a parte mais externa da Terra. É formada por rochas e minerais e é passível de rachadura ou fraturas, e fica até 100 km da superfície da Terra”, explica.

Apesar da localização favorável do Brasil com relação a países como o Haiti e Chile, que estão em zonas de convergência, isso não impede que haja terremotos por aqui, que variam de 1º a 6,2º graus, dentro da série histórica. Existem algumas regiões com maior atividade física sismológica. “Isso ocorre, porque nesses locais, há camadas sedimentares, que exercem maior peso sobre a área, além de falhas geológicas”, explica. De acordo com Sand, esses locais ficam concentrados em trechos do Ceará e no Rio Grande do Norte, em uma faixa de 150 km a 300 km no mar, da costa de Vitória até o Rio Grande do Sul, entre Goiás e Tocantins, e em alguns pontos, como Caruaru, em PE, e em Codajás, em Manaus (AM), entre outros.

ALERTA A PARTIR DE 3º

George Sand, da UnB, explica que não existe um grau máximo de magnitude, como popularmente é divulgado ser 9º, na escala Richter. “O maior que se tem notícia foi de 9,5 graus, no Chile, em 1960”, diz. O sismólogo alerta, que mesmo terremotos de magnitude três, por exemplo, podem resultar em rachaduras em casas (como aconteceu em Alagoinha, PE, nesta semana). “No Brasil é importante se avaliar esse riscos, porque as estruturas não estão preparadas”, diz. Ele esclarece que em uma região, um mesmo grau pode ter intensidade dos danos diferente.

No Brasil, há pelo menos, 20 ocorrências, a partir de 3º, anualmente, e a cada cinco anos, na faixa dos 5º. “O mais recente foi em São Paulo (5,2 graus), em abril de 2008 e o maior terremoto que tivemos no país foi em Porto dos Gaúchos, MT, de 6,2 graus, no ano de 1955”, afirma.

Segundo a SEDEC/MI – Secretaria Nacional de Defesa Civil/Ministério da Integração Nacional, por meio da assessoria de imprensa, o órgão tem capacitação específica operacional e infra-estrutura para atendimento a terremotos de magnitudes altas, como ocorreu no Chile, de 8,8 graus na Escala Richter, apesar de nunca ter passado pela experiência aqui.

Algumas universidades brasileiras e centros de sismologia, que monitoram as atividades, as repassam ao órgão. Hoje são poucos locais de excelência, como o Observatório de Sismologia da UnB, o setor de Sismologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e o laboratório de Sismologia da UFRN. Quanto aos tsunamis (ondas de grande altura provocadas por abalos sísmicos), o Brasil não dispõe de um sistema de detecção, que segundo a SEDEC/MI, se deve à probabilidade da ocorrência deste fenômeno no oceano Atlântico ser remota.

 

fonte: bahia Norte